Cada candidato pode escolher seis cursos, e um algoritmo tenta satisfazer da melhor forma as escolhas de cada um, tendo em conta a sua nota de acesso ao ensino superior e as suas escolhas pessoais. Os alunos vão sendo colocados começando pelos de nota de acesso mais elevada e quando chega a vez de cada um vale o curso ainda disponível em lugar mais elevado na lista de escolhas.
Nem todos são colocados por este método, e por exemplo este ano apresentaram-se a concurso, na primeira fase, 59073 candidatos para 54363 vagas colocadas a concurso, tendo sido colocados 49438 novos estudantes, e sobrado 5212 vagas para a segunda fase do concurso.
O estudo das escolhas de cada candidato permite extrair muitas ilações sobre a pespectiva que os alunos têm da oferta de cursos, e da capacidade de mobilidade de cada um, que lhe permitirá ou não dar mais preferência à área científica do curso ou à localização da Universidade.
Apresento um estudo de todas as 11317 candidaturas aos 22 cursos universitários disponíveis nas áreas de Engenharia Informática e de Ciência de Dados. Graficamente, as candidaturas definem uma rede bipartida, em que cada aresta liga um dos 5890 candidatos a um dos 6 cursos do conjunto de estudo.
Candidatos aos cursos de Engenharia Informática e de Ciência de Dados |
Na figura utilizou-se um algoritmo de colocação dos nós que coloca mais próximos aqueles cursos que têm mais ligações entre eles, ou seja, haja mais candidatos aos dois em simultâneo, e um algoritmo de detecção de comunidades a que fiz corresponder cores diferentes.
Os dois cursos do Porto destacam-se como comunidade [laranja], Minho e Vila Real constituem outra [azul], Aveiro, Coimbra e Beira Interior, uma terceira [verde], e os cursos localizados em Lisboa uma outra [violeta], numa clara arrumação geográfica, que mostra que este factor é muito importante na escolha dos cursos.
Na figura seguinte, retiveram-se apenas as escolhas em primeira opção, como tentativa de entender as estratégias utilizadas pelos candidatos nas suas candidaturas.
Escolhas em primeira opção |
Muito haveria a explorar e a comentar, mas aqui fica apenas a nota da importância da visão de rede dos problemas do dia a dia, nomeadamente no estudo de comportamentos e decisões.
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